Há mais de 50 anos, em 31 de janeiro de 1961, uma terça-feira ensolarada, às 15h40min, Ney Braga se tornava Governador do Paraná. Uma multidão ocupou o Palácio Iguaçu, local da posse. Aluizio Finzeto, diretor geral da RECEP deu a incumbência a Werner Julio Riecks, e por tabela também fomos incumbidos, eu e o Luís Ernesto e lá estávamos fazendo parte desta multidão, pois a RECEP e as Escolas Radiofônicas eram a emissora oficial do Governo do Estado que comandava a rede de emissoras de rádio que iriam transmitir a cerimônia de posse do então governador. Para tanto o Werner engenheiro de som levou para o palácio cabos, microfones e um possante amplificador de linhas com muitos knobs grandes e numerados e os mesmo números de chaves de 3 posições, e um VU enorme ao centro. Lá chegando obedecendo as ordens do Werner fomos esticando os cabos de microfines, localizamos a linha que a Cia telefônica lá havia instalado e bem próximo localizamos uma tomada de força e ligamos o amplificador, efetuamos os testes de retorno do som e as demais emissoras efetuaram as suas conexões em nosso amplificador, tudo instalado e testado ficamos no aguardo do inicio da cerimônia, em pouco tempo a sala ficou totalmente tomada de pessoas, o ex-governador Moysés Lupion não compareceu a solenidade de transmissão de cargo, temendo ataques do adversário no seu discurso, acirrando ainda mais os ânimos. Também quero lembrar que a televisão era recém chegada à cidade, A televisão Canal 12 TV Paranaense foi inaugurada em outubro de 1960. A televisão Canal 6 TV Paraná chegou em dezembro deste mesmo ano. Sintam como era grande a responsabilidade do Rádio.
Braga recebeu o cargo de Guataçara Borba, presidente da Assembléia Legislativa.Nesse ponto vou relatar o maior papelão que eu passei nesses momentos, confesso que nunca em minha vida tinha visto e nem operado um amplificador de linha, esqueci de relatar o som do PA para todo o recinto também era gerado por nós. Antes do inicio eu curioso como sempre mexi na chave que não era para ser mexida, com isso silenciei o microfone que seria utilizado na hora do discurso do governador. Mal ele começou a falar o Werner jogou-se em cima de mim e do amplificador posicionando corretamente a chave, nunca esqueci a expressão de raiva que o Werner ficou, e ainda perguntou “você mexeu aí”, não tive dúvida sacudi a minha cabeça negativamente e saí de perto para não ouvir os xingamentos.
Créditos: *Fotografia sem crédito do fotografo. Impressa no livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”, de Jair Elias dos Santos Júnior.
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