terça-feira, 1 de maio de 2012

RÁDIO EMISSORA DO COLÉGIO ESTADUAL & ESCOLAS RADIOFÔNICAS


Corria o ano de 1949. O professor Adriano Gustavo Robine era diretor do Colégio Estadual do Paraná. Logo o estabelecimento seria transferido da Rua Ébano Pereira (onde por tantos anos tivera o glorioso nome de Ginásio Paranaense) para a Avenida João Gualberto, numa nova e grandiosa sede. No ano anterior o jovem aluno Ernani Costa Straube, do 3º ano do Curso Colegial, um radioamador apaixonado prefixado em 1947 (PY-5.DO), fizera ao prof. Robine uma sugestão que o empolgou. Ele teve a ideia de criar no Colégio um Clube de Radioamadorismo e a mesma foi acolhida com entusiasmo pelo diretor. (O aluno Ernani depois se formou professor e mais tarde foi diretor daquele estabelecimento de ensino). Aliou-se a eles o professor de matemática Lydio Scardini (de quem fui aluno no antigo Ginásio) que havia pouco ingressara também no radioamadorismo, obtendo o prefixo PY-5.BI. Os preparativos para a transferência de sede adiaram a criação do clube. Após a mudança do Colégio, em março de 1950, sob os auspícios da Secretaria de Educação e Cultura foram tomadas efetivas providências para a instalação do equipamento de radiotransmissão. Depois da instalação do mesmo no último pavimento e com a torre/antena no teto do edifício, surgiu uma série de problemas impedindo a sua utilização. E de dificuldade em dificuldade o tempo foi passando sem que o sonho se concretizasse. Em 1951, sendo diretor do Colégio o prof. Francisco José Gomes Ribeiro, o mesmo se propôs sonhar mais alto e criar, em vez de um clube de radioamadorismo, uma emissora de rádio do Colégio Estadual. A ideia, segundo o prof. Ernani Costa Straube, “era criar a Rádio Colégio Estadual do Paraná, uma emissora cultural educativa com finalidades formativas, didáticas e de divulgação das atividades docentes e discentes do Colégio, a par com os interesses da Secretaria de Educação e Cultura e do Governo do Estado”. Novas aspirações, mais trabalho e outras dificuldades. O diretor prof. Francisco Ribeiro e o coordenador da tarefa prof. Scardini mantiveram vários contatos com o governador Bento Munhoz da Rocha Netto e, autorizados por ele, iniciaram a nova jornada. Em janeiro de 1952 o prof. Scardini realizou inúmeras tratativas com a C.T.R. – Comissão Técnica de Rádio, órgão do Ministério da Viação e Obras Públicas, e graças a elas foi obtida a frequência de 780 kc/seg em ondas médias de 384.6 metros, com a potência de 100 a 250 watts. A intenção era instalar a emissora no edifício do Colégio Estadual e então começaram a surgir novas dificuldades, já que a C.T.R. fazia uma série de exigências ligadas ao local de instalação. E o tempo ia passando. Em 1955, logo após a transmissão do Governo do Estado, do Sr. Bento Munhoz da Rocha Netto para o Sr. Adolpho de Oliveira Franco, foi contratado, pelo prazo de 2 (dois) anos, o Sr. Aluízio Antonio Finzetto, para exercer, como Técnico Radialista, a função específica para supervisionar a instalação e montagem da Rádio Emissora do Colégio Estadual do Paraná, bem como dirigir o seu funcionamento, depois de sua completa instalação, sendo o contrato autorizado por despacho governamental datado de 13 de abril de 1955. Esse contrato ao seu término foi renovado. Em 1957, a Rádio Emissora do Colégio Estadual do Paraná começou a transmitir em caráter experimental, o que, conforme conta o prof. Ernani Costa Straube, “foi interrompido depois em virtude de interferências que a emissora causava no Serviço Rádio do QG da 5ª RM (localizado na rua Presidente Carlos Cavalcanti), no Departamento de Correios e Telégrafos (na rua XV de Novembro) e no serviço da Policia Civil (na rua Barão do Rio Branco)”. Nesse mesmo ano a Sociedade Paranaense de Cultura (SPC – entidade criada em 1950 e presidida pelo Arcebispo de Curitiba Dom Manuel da Silveira D’Elboux ) se propõe a localizar e instalar o transmissor e a projetar e construir a torre irradiante em terreno de sua propriedade. E começam de novo os entendimentos com a C.T.R. o que demanda mais tempo. Em 1958 se efetiva o convênio entre o Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Educação e Cultura, e a Sociedade Paranaense de Cultura. Pelo acordo assinado, conforme fica estipulado em sua Cláusula Primeira, o Governo do Paraná (concessionário da emissora) “coloca à disposição da SPC a estação rádio emissora da SEC, atualmente instalada no Colégio Estadual do Paraná – neste instrumento denominado CEP – e doa à SPC um equipamento transmissor, bem como uma consola de estúdio, com seus pertences e acessórios”. Pela Cláusula Segunda do Convênio firmado ficou estabelecido que a Secretaria de Educação e Cultura se utilizaria “…da emissora pelo tempo máximo de 5 (cinco) horas, no período noturno compreendido entre 19 e 24 horas, com programas não contrários à orientação da SPC, ficando os demais horários para uso exclusivo da SPC”. Mais adiante, na Cláusula Oitava, se estabelece: “A SEC manterá seus estúdios no CEP, que ficarão ligados ao transmissor por linha telefônica”. E eis o que estabelece a Cláusula Décima: “A SPC compromete-se a manter programas didáticos e culturais, inclusive a alfabetização de adultos pelo rádio, de sua inteira responsabilidade, assegurada a observância do que preceitua a concessão outorgada ao Governo do Estado do Paraná, que determina o funcionamento da estação rádio emissora para fins, exclusivamente, didáticos e culturais”. O Convênio foi publicado no Diário Oficial do Estado em 14 de junho de 1958. Foi a maneira encontrada pelo Governo para dar utilização efetiva à concessão da emissora. Depois disso, em agosto de 1959, o transmissor que estava no Colégio Estadual foi transferido para a nova sede no Guabirutuba, onde antes fora o Jóquei Clube e mais tarde seria localizada a Universidade Católica. Ficou o estúdio no terceiro pavimento do Colégio Estadual do Paraná. Em 7 de setembro de 1960 foi inaugurada a Rádio Emissora do Colégio Estadual do Paraná. Já na fase experimental e ainda sem ter o indicativo de chamada, começam as apresentações de alguns programas educativos. Em 1960 o período noturno de transmissões destinado ao Governo, foi entregue ao Departamento de Turismo e Divulgação no qual foi criada a Divisão de Rádio e Televisão (Lei Nº 4.268, sancionada pelo Governador Moysés Lupion em 25 de outubro de 1960). Acompanhando a evolução dos acontecimentos a gente percebe que o Colégio Estadual do Paraná foi afastado do processo. A ideia de Ernani Costa Straube que surgiu no Colégio em 1948 e foi apoiada pelo prof. Adriano Gustavo Robine, contando em seguida com a participação do prof. Lydio Scardini, que era de se criar um clube de radioamadorismo e que depois, com o prof. Francisco José Gomes Ribeiro se tornou em sonho de ter uma emissora de rádio, parece que não foi levada em conta nas decisões governamentais. Aqueles que tanto trabalharam, que tantas dificuldades enfrentaram com o objetivo de dar ao Colégio Estadual uma emissora de rádio, com ela no ar, dela não tiveram oportunidade de se utilizar. Era de se esperar que ao menos aquelas cinco horas noturnas destinadas ao Governo fossem entregues à administração do Colégio, até porque o acervo da discoteca fora adquirido pelos professores e o Colégio Estadual pagava as despesas de salários do diretor, dos locutores, dos programadores e outros funcionários da emissora. Isso não aconteceu e a Rádio que foi idealizada por membros do Colégio, teve a concessão dada ao Governo do Estado para uso do Colégio, teve o nome do Colégio, funcionou com os estúdios instalados no edifício do Colégio, foi Rádio Emissora do Colégio Estadual do Paraná sem nunca ter sido efetivamente dele. Quando Diretor Geral da Secretaria da Educação, o prof. Ernani Costa Straube, com o aval do Secretário Vespero Mendes, conseguiu na Assembleia Legislativa a rescisão do contrato com a SPC, alimentando a expectativa de que a Rádio fosse enfim entregue ao Colégio, o que não sucedeu. De 1966 a 1969 o prof. Ernani foi Diretor Geral e o prof. Scardini seu assessor. Ambos iniciaram uma campanha visando mudar aquele estado de coisas. Não obtiveram êxito. O governador Paulo Pimentel resolveu tirar o nome do Colégio e a Rádio passou a ser “Rádio Emissora do Paraná”. Mais tarde, dessa emissora nasceu a Rádio Paraná Educativa. 
Ubiratan Lustosa. O Rádio do Paraná – Fragmentos de sua história. Curitiba, 2009. Instituto Memória.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Rádio Colégio Estadual do Paraná - 1964

LUÌS ERNESTO na Rádio Colégio Estadual do Paraná - hoje E-Paraná - em 1964, no estúdio localizado no 3º andar do próprio colégio. Uma bela lembrança. Foto enviada por
Darci do Espírito Santo da Rádio E-Paraná.
Extraido do site:
 http://www.oradiodoparana.com.br/index.html
Do nosso amigo Wasyl Stuparyk

quinta-feira, 1 de março de 2012

Escolas Radiofônicas de Curitiba: Moroscope, o Cinemascope tupiniquim!

Escolas Radiofônicas de Curitiba: Moroscope, o Cinemascope tupiniquim!

Professor Leonel Moro

Professor Leonel Moro

Moroscope, o Cinemascope tupiniquim!



Professor Leonel Moro, inventor do Moroscope. Semanalmente vinha a RECEP – Escolas Radiofônicas para apresentar o seu programa sobre Astronomia, ficamos amigos e ele na época estava filmando o seu longa metragem e sempre dizia a todos que a sonorização do filme seria por mim realizado, infelizmente por motivos alheios as nossas vontades não efetuei esta sonorização, apesar do fracasso na exibição do referido filme, com certeza iria enriquecer o meu currículo profissional.
Preocupado com a concorrência da televisão, o cinema americano desenterra as lentes anamorficas e cria o processo Cinemascope, nos anos cinqüenta.
Leonel Moro, professor de astronomia da UFP, pesquisa as lentes anamorficas e desenvolve um processo que chamou de Moroscope, utilizando-o em uma série de curtas-metragens sendo um de ficção “Um Soneto" de 1962 e, em 1969, um longa metragem "O Circulo Perfeito", uma história policial que teve apenas uma exibição pública. Eu tive a oportunidade de assistir a este filme, lá no Cine Guarani do Portão, em uma sessão especial de revisão deste filme.
Nos necrológios do professor Leonel Moro, falecido 09 de dezembro de 1984 domingo, aos 65 anos, faltou um destaque merecido: a sua atividade como cineasta. Nos anos 50, Leonel desenvolveu um processo de lente anamórfica, que batizou com o nome de "Moroscope" (na época, em que o CinemaScope era a grande novidade) e através desta técnica realizou alguns documentários e uma longa-metragem. "O Círculo Perfeito". Filme policial, com vários artistas paranaenses, seu longa-metragem levou mais de 8 anos para ser concluído e, quando lançado, no cine Rivoli, não teve a acolhida merecida. Desiludido com o cinema, Leonel se voltou à física e astronomia e acabou doando os negativos e cópias de seus filmes à Cinemateca do Museu Guido Viaro. Cabe agora ao bom Francisco Alves fazer alguma sessão em homenagem a Leonel Moro, exibindo seus filmes. Além dos méritos de pioneirismo, "O Círculo Perfeito" tem outro significado: um dos atores era Chic-Chic (Otelo Queirolo), o grande palhaço que viveu mais de 50 anos em Curitiba. As únicas imagens animadas de Chic-Chic estão neste filme - que mereceria ser recuperado integralmente.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ouça a Rádio AM E-Paraná a sucessora da Rádio do Colégio Estadual do Paraná e da Rádio das Escolas Radiofônicas!
Diariamente das 16:00 as 18:00 horas ouça Luís Ernesto, no programa Acesso Livre!


http://www.rtve.pr.gov.br/modules/programacao/radioam_ao_vivo.php