José Gernet Neto
Tive o prazer de conhecer José Gernet o Zézo na terceira série do ginásio no prédio velho do Colégio Bom Jesus, em Curitiba. Tornamos-nos amigos, amigos de verdade, naqueles tempos o José já trabalhava, o pai dele era vendedor de embutidos, lingüiças, salsichas etc. E ele seguiu os passos do pai, recebeu um Fordeco 1929 adaptado de automóvel para caminhonete, ficou só com duas portas e atraz do banco dianteiro recebeu uma carroceria de madeira, e um toldo de lona. Com quatro tampões onde eram armazenados os embutidos, semanalmente ia até o frigorífico dos Garmater para reabastecer o Fordeco, e diariamente fazia o seu roteiro pelos quatro cantos do nosso bairro.
Durante o ano nos fim de semana quando não estava frio e nem chovendo, lá íamos nós para o Umbará nas cavas de areia eu o Renato e o Zézo caçar rãs pimenta ou passar a tarrafa nas cavas. Íamos ao três sentados no banco da frente, ficava bem apertado pois o banco era só para duas pessoas, o Zézo dirigindo, o Renato no meio ia passando as marchas e eu na porta, para dar mais espaço, eu abria a porta completamente travando-a entre o vão do motor e o para-lama. E lá íamos nós.
Ainda hoje tenho entre os meus guardados a lanterna a carbureto que eu usava nessas caçadas. Quando fomos para a Rádio RECEP Escolas Radiofônicas, o Zézo participou por diversas vezes como locutor e ator de rádios-novela. E por esse tempo arrumou um emprego de locutor na Rádio Cambijú AM, de Araucária hoje é a rádio Iguaçu de Araucária.
Aos domingos eu e o Renato íamos até Araucária visitá-lo.
E pelas contingências da vida, cada um tomou o seu rumo, o Renato foi servir a Pátria lá em Brasília na PE. O Zézo passou num concurso da Copel e por lá ficou até aposentar, após foi residir em Guaratuba com a família.
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