Comentário
de Noel Edmar Samways:
Muita
coisa aconteceu ao lado de toda essa história, João
Carlos Amodio!
Algumas engraçadíssimas ! Dá para escrever um livro ! Fui nomeado
professor extranumerário para uma escola de Ponta Grossa (Jesus
Divino Operário) e removido em seguida para o Colégio Estadual do
Paraná, 1960. Fui o segundo locutor da Rádio, o primeiro foi José
Carlos Baraúna Araújo. Revezávamos ao microfone. Transmitíamos os
concertos da SCABI , Pró-Música e alguns na reitoria da UFPr (coral
e orquestra, Gedeão Martins, Mário Garau, os regentes). Fui
escalado para apresentar os primeiros festivais folclóricos no
Guaíra, pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação. O
diretor, Ênio Marques Ferreira, foi o incentivador maior dos
festivais, grande amigo. Quanto à Rádio, as dificuldades eram
exatamente como você conta. Talvez até mais, pois tínhamos
inclusive que fazer funcionar o transmissor de 100 watts no último
andar do Colégio, ligando e desligando à noite. A antena era de
rádio-amador fixada no alto do Estadual. Mais tarde, houve o
convênio com a Cúria, e passou-se a transmitir também do Prado
Velho. Daí começaram as histórias que você escreveu, no horário
diurno, com a rádio-escola dos lassalistas. Luiz Ernesto foi
fundamental no estúdio do Prado Velho, hoje museu da PUC. O Berg, o
da foto que você postou, à direita, embaixo, começou apenas como
ouvinte, inclusive com a presença física no estúdio ( não era
funcionário, em todo o tempo em que permaneci na Emissora). Aliás,
muitos iam lá, no Colégio, ouvir diretamente as músicas, nos
intervalos de aulas. Lembro-me da Ana Emília, do professor Scardini,
e do professor Taborda Ribas. Eles ajudavam até na seleção das
músicas ! Fui, em férias, estagiar no Rio, Rádio MEC e Nacional,
para aperfeiçoar a programação (aliás, "copiar"
alguns). No teatro Municipal do Rio, fui observar as transmissões
dos concertos da Sinfônica Brasileira pela Rádio MEC. Tudo igual,
com os mesmos amplificadores que você menciona no seu texto ! Tudo
transmitido pelo par de fios telefônicos, com linha dedicada! Boas
lembranças, principalmente do Aluízio Finzetto, herói da RECEP,
que tinha que se incomodar com tantos problemas junto ao governo do
Estado. Newton Finzetto, o filho e grande amigo, ainda na semana
passada nos encontramos e revivemos parte dessas "estórias"
que, como me referi, dá um livro, talvez em vários volumes... Não
dá para esquecer os colaboradores desprendidos da Rádio, que com
prazer cediam ou emprestavam LPs, como Carlos Osório, José Ferreira
(uma das maiores coleções de óperas de Curitiba na época), os
consulados (Alemanha, Polônia, Interamericano, Israel, e outros; até
a dona Marizé, mãe da Rejane
De Medeiros Cervi
emprestava
LPs !!! (Beethoven, quase sempre, não é mesmo, Rejane ?)
João
Carlos Amodio E
você pensa que eu não sei, tudo o que se passava na RECEP, fazíamos
rádio por amor, com muita dedicação, eramos muito jovens, quando
ingressei na rádio tinha 16 para 17 anos de idade. Quantos jovem de
hoje, gostam de ouvir música
erudita? Devemos muito ao Aluizio Finzetto, pois ele era o grande
incentivador, sempre nos desafiando, como se fossemos incapazes de
realizar as suas missões, mas sempre conseguimos realizá-las,
com extrema dificuldade, sem equipamento, sem transporte, sem
dinheiro, só contando com o nosso próprio! E não era só o Berg
que era colaborador ativo, pois além
de trabalhar ainda nos emprestava maravilhosos discos da discoteca
primorosa de seu pai. Houve
outros que infelizmente se perderam no tempo de minha memória, tinha
um caderno com todos anotados, mas devido a mudanças se extraviaram,
infelizmente!
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