segunda-feira, 18 de julho de 2016



Comentário de Noel Edmar Samways:
Muita coisa aconteceu ao lado de toda essa história, João Carlos Amodio! Algumas engraçadíssimas ! Dá para escrever um livro ! Fui nomeado professor extranumerário para uma escola de Ponta Grossa (Jesus Divino Operário) e removido em seguida para o Colégio Estadual do Paraná, 1960. Fui o segundo locutor da Rádio, o primeiro foi José Carlos Baraúna Araújo. Revezávamos ao microfone. Transmitíamos os concertos da SCABI , Pró-Música e alguns na reitoria da UFPr (coral e orquestra, Gedeão Martins, Mário Garau, os regentes). Fui escalado para apresentar os primeiros festivais folclóricos no Guaíra, pelo Departamento de Cultura da Secretaria de Educação. O diretor, Ênio Marques Ferreira, foi o incentivador maior dos festivais, grande amigo. Quanto à Rádio, as dificuldades eram exatamente como você conta. Talvez até mais, pois tínhamos inclusive que fazer funcionar o transmissor de 100 watts no último andar do Colégio, ligando e desligando à noite. A antena era de rádio-amador fixada no alto do Estadual. Mais tarde, houve o convênio com a Cúria, e passou-se a transmitir também do Prado Velho. Daí começaram as histórias que você escreveu, no horário diurno, com a rádio-escola dos lassalistas. Luiz Ernesto foi fundamental no estúdio do Prado Velho, hoje museu da PUC. O Berg, o da foto que você postou, à direita, embaixo, começou apenas como ouvinte, inclusive com a presença física no estúdio ( não era funcionário, em todo o tempo em que permaneci na Emissora). Aliás, muitos iam lá, no Colégio, ouvir diretamente as músicas, nos intervalos de aulas. Lembro-me da Ana Emília, do professor Scardini, e do professor Taborda Ribas. Eles ajudavam até na seleção das músicas ! Fui, em férias, estagiar no Rio, Rádio MEC e Nacional, para aperfeiçoar a programação (aliás, "copiar" alguns). No teatro Municipal do Rio, fui observar as transmissões dos concertos da Sinfônica Brasileira pela Rádio MEC. Tudo igual, com os mesmos amplificadores que você menciona no seu texto ! Tudo transmitido pelo par de fios telefônicos, com linha dedicada! Boas lembranças, principalmente do Aluízio Finzetto, herói da RECEP, que tinha que se incomodar com tantos problemas junto ao governo do Estado. Newton Finzetto, o filho e grande amigo, ainda na semana passada nos encontramos e revivemos parte dessas "estórias" que, como me referi, dá um livro, talvez em vários volumes...  Não dá para esquecer os colaboradores desprendidos da Rádio, que com prazer cediam ou emprestavam  LPs, como Carlos Osório, José Ferreira (uma das maiores coleções de óperas de Curitiba na época), os consulados (Alemanha, Polônia, Interamericano, Israel, e outros; até a dona Marizé, mãe da Rejane De Medeiros Cervi   emprestava LPs !!! (Beethoven, quase sempre, não é mesmo, Rejane ?)

João Carlos Amodio E você pensa que eu não sei, tudo o que se passava na RECEP, fazíamos rádio por amor, com muita dedicação, eramos muito jovens, quando ingressei na rádio tinha 16 para 17 anos de idade. Quantos jovem de hoje, gostam de ouvir música erudita? Devemos muito ao Aluizio Finzetto, pois ele era o grande incentivador, sempre nos desafiando, como se fossemos incapazes de realizar as suas missões, mas sempre conseguimos realizá-las, com extrema dificuldade, sem equipamento, sem transporte, sem dinheiro, só contando com o nosso próprio! E não era só o Berg que era colaborador ativo, pois além de trabalhar ainda nos emprestava maravilhosos discos da discoteca primorosa de seu pai. Houve outros que infelizmente se perderam no tempo de minha memória, tinha um caderno com todos anotados, mas devido a mudanças se extraviaram, infelizmente!



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